terça-feira, 3 de novembro de 2009

Rumo ao Futuro

Agora que a movimentação e ocupações eleitorais acabaram e o Governo está completo, é hora de começar a trabalhar.
Um Conselho deste tamanho, representa dezenas de braços para trabalhar e cabeças para pensar, mas pergunto; será que é preciso tanta gente para gerir um país tão pequeno?
De braços trabalhores bem precisamos e excluindo as crianças e os que trabalharam toda a vida e têm direito a descanso, não a exclusão, seria bom que o povo e os governantes dessem bom exemplo, aos cansados.
Cabeças pensadoras, tambem precisamos em força, mas duvido que muitas delas sirvam apenas para zumbir e perturbar o silêncio criador.
Numa época de crise, tinha esperança que uma contensão e exemplo de poupança, fosse um sinal de mudança e exemplo para todos os que precisam de aviso, mas enganei-me.
O que me desilude é a percepção de um padrão imutavel, um galinheiro com imensos poleiros de reconhecimento pelos interesses, benesses, e arranjos partidários, para não chamar súcias, todos sustentados pelo herário público e uma enorme falta de senso politico e interesse nacional.
Vou usar esta definição enquanto oficialmente ainda somos uma Nação.
Sigo o Lema que quanto mais gente, mais confusão e quanto mais opiniões mais baralhação.
Adoro trabalhar em grupos coesos que vestem "a camisola" e querem realizar obra.
Gosto de ouvir algumas opiniões antes duma decisão importante, mas uma confusão de vozes estraga tudo. E cabeças caladas apenas para abanar o vento e aumentar o ego...isso só em espectaculos ou festival.
De cada vez que houver um conselho de ministros, o tempo que vão perder, até todos entrarem, cumprimentarem, sentarem e silenciarem para começar a sessão, daria para resolver a ordem do dia e acabar os trabalhos. Só desperdício e tempo ainda é dinheiro se contabilizado por horas de trabalho efectivo.
Mudar de rumo não prevejo e rumo ao futuro quando se iniciará?
Como disse o Economista Ernani Lopes os últimos dez anos foram "sem garra, sem ideias, sem verdade, sem força, sem lucidez, sem substância, sem densidade política..." " uma década históricamente esvaziada"
Concordo na totalidade e mais ainda no que não disse e gostaria de ter dito.
Para mim embora o mal esteja mais visivel na última década os sintomas faziam-se sentir mais lá para trás. As caras das noticias escandalosas actuais, fazem parte dos vários saltarilhos entre Governos e Gestores públicos das últimas décadas.
O bando tem crescido, para satisfazer favores , mas a escola foi bem montada e deu frutos.
Dantes eramos um país pobre com os cofres cheios de Barras de Ouro, hoje continuamos um país pobre, cheio de papel de Dívidas ao Estrangeiro...
Quem não tem dinheiro não tem vícios, era voz popular quando o povo tinha voz...
Hoje toda a gente não tem dinheiro, mas tem creditos...O que importa é ter alguma coisa...
Quando a torneira fechar, as penhoras aumentarem e a fome começar, zangam-se as comadres
os ratos abandonam o porão, irão de férias para os paraisos fiscais e talvez se inicie a revolução do trabalho e se aprenda a lição.
Ainda há gente que acredita e sonha.
Eu só peço um Rumo para o Futuro enquanto há tempo.
Os Burros velhos mantêm as velhas moscas, é preciso abanar as caudas e renovar...
A Esperânça dizem, é a última a morrer, que ela se mantenha e prospere nas próximas gerações.
E bem gostava de estar errada nas minhas lucubrações.
..............
Ainda há tempo.
Um abraço da formiguina
MG