terça-feira, 28 de abril de 2009

Casa sem pão todos ralham e ninguém tem razão

O titulo é velho na linguagem popular, e sempre actual, no entanto muito caseiro e mal de nós quando a prática chega à rua.
Os tempos mudam, mas as caracteristicas nacionais de gente emotiva e de exaltações mostram que o povo tem um copo grande para encher ,mas quando enche é melhor sair da frente.
Tudo serve para ataques e contra ataques em palavreado, e ninguém tem soluções para o país e principalmente vontade de falar verdade e dizer o que é esencial.
Temos de arregaçar as mangas, aprender a reciclar e diminuir os luxos de gente sem dinheiro, e obrigar os governantes, previligiados politicos e gestores públicos ao desemprego.
Não há que ter pena pois todos eles terão os bolsos recheados, reformas rápidas e gordas e até agradecem porque irão de férias para os paraisos em descanso merecido...
Finalmente depois de esvasiar as moscas gordas do país, talvez os homens e mulheres sérios se disponizem a trabalhar, governar, gerir responsavelmente e criar um ambiente de confiança. Moralizar, formar, educar e governar, tudo está em crise.
Crise de valores, mas principalmente respeito por quem tenta ainda resistir na seriedade e responsabilidade cívica.
Penso que chegou a hora de dizer basta e sem revolução nem ralhos cada um de nós assumir a mudança urgente e intervir através de todos os meios disponiveis, sejam as juntas de freguesia, camaras, associações, sindicatos ou todos os outros locais de decisão.
As organizações politicas estão esgotadas, sempre os mesmos e sem renovação.
A andança e troca de lugares entre politicos e gestores das organizações estatais e similares já esgotaram todos os lugares e a nossa paciência.
O povo aperta o cinto, fica sem emprego, sem casa, sem carro e os politicos?
Nem o minimo sinal de alteração ou restrição nos gastos ou nos escandalos.
Já nem se pode dizer que somos um país de bananas, dantes não havia, mas hoje já se vêm desde o Minho ao Algarve, por alguma razão será.
Somos mesmo um país de bananas e malagueta, é a hora de espirrar ao piripi.
Dizer basta e renovar.
E a juventude? É hora de intervir e aprender civicamente a contestar.
Já passou hora de dizer " eles têm culpa" a culpa é de todos nós que deixamos...
Até breve
A formiguinha
Mg

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Contradição

Ao ler um artigo de blogue, fiquei admirada com a descrição do auto retrato da autora.
Uma jovem em crise existencial, mas com uma determinação e coragem de auto-análise, que nem duvido seja do signo de leão com o signo de peixes na 1ª ou 8ª casa do seu mapa astral.
Dito de outra maneira tem força, coragem, uma autocritica apurada, mas ao mesmo tempo falta de aceitação de si e integração no meio que a rodeia.
Idealista, centra em si própria a busca da perfeição dum mundo ideal ético e civico que só na mente dos idealistas existe e confunde quem exige de si esse ideal.
O que me admirou foi a coragem de transcrever para um blogue, porque normalmente essa frustação é interior e tornar público tem de ser leão para receber o elogio, a aprovação do esforço e o aplauso de ser extraordinária e acima do normal das gentes comuns.
Durante a leitura, em parte, reconheci-me quando jovem, mas fêz-me sentir velha agora, pela mudança que a vida me foi trazendo em compreensão dos outros e de mim mesma e aceitação que nada nem ninguém é perfeito mas é importante ter um ideal.
Isso mostra-nos uma meta a atingir e permite os tais varais do caminho essenciais a saber distinguir o correcto do imoral e modelar uma personalidade forte em auto controle e formar um ser social mais humanizado.
Também isso durante a juventude o faz irreverente e contestatário, mas principalmente muito interveniente.
E isso é muito bom por si próprio e para a mudança social.
Fico feliz pela contestação juvenil, não a agressividade, criminalidade e falta de educação duma grande parte dos jovens actuais, mas sim pela argumentação, atitudes e intervenção politica e social.
Os lideres distinguem-se pelo menor número no agrupamento, mas entusiasmam, arrastam e guiam.
O problema é saber e ver qual o ideal que os orientam.
A sociedade sempre vai avançando, com crises de liderança, algumas vezes com ideais prepotentes, alguns recuos, mas no caminho de maior humanização.
Acredito na força da juventude e na sua vontade de mudar o mundo para melhor.
Há qualidades que não devem mudar: honestidade, seriedade, solidariedade, respeito pelos outros e aceitação do outro tal qual é.
Um desabafo levou a outro, mas a esperança mantém-se
Um abraço da MG

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ponte do Lima em dia de festa


Imagem de Ponte do Lima













A propósito do comentário sobre a festa na pracinha de Ponte do Lima aqui vão as fotos que tirei e complementam o acontecimento.





Não há festa minhota sem Banda e estas fizeram a festa.










quinta-feira, 9 de abril de 2009

Tarde na Pracinha de Ponte do Lima

Fim de semana em Ponte da Barca.


Depois duma noite bem dormida na casa quentinha, apesar do estranhar da cama que sendo conhecida, é diferente da do Porto, acordei com um dia luminoso e o despertar para a rotina deste cantinho do mundo.
O ritual do café da manhã, a volta pelo jardim, o banho e a saída para a ronda pela Vila da Barca.
No percurso olhando a paisagem há sempre um recanto desconhecido que chama a atenção e desperta uma curiosidade de busca pelo desconhecido.
Interessante, porque embora o percurso seja o de sempre o olhar e ver mostram novidades escondidos noutras ocasiões.
Hoje um telhado escondido no arvoredo que despertou a curiosidade de fazer um desvio. E valeu a pena porque deparamos com uma casa enorme de um só piso rodeada por um jardim enorme, numa ladeira e com uma perspectiva de paisagem, invisível da estrada.
Brinco com a velha frase: Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si…
Depois da voltinha conhecida, do meio almoço com um pão tostadinho e crocante, que faz as delícias destas manhãs, voltamos e seguimos para Ponte do Lima.
Interessante porque estes dois destinos costumam ser para dias diferentes, mas hoje havia uma chamada especial.
Em Ponte do Lima, descemos à pracinha e anunciava festa os dois coretos a ocupar parte da praça.
Gente domingueira e diferente da população habitual.
Por estas bandas, há sempre festa nos fins de semana com foguetes música em altifalantes e romarias.
Sendo cerca de duas dúzias de freguesias no Conselho, há Santos que cheguem para todas e não se fazem rogadas para festas populares.
No Verão são as desfolhadas, no inverno os Santos populares.
E ficamos para apreciação do ambiente e do que viesse.
O ambiente na Pracinha mudou e é o espelho da ocasião. As gentes mudam e criam ambientes bem característicos de acordo com o vestuário os penteados e os chapéus ou bonés!
O ambiente de festa, foi logo anunciado por grupos de mulheres nos trajes regionais do Minho e dois coretos na praça.
Escolhemos um local com boa perspectiva, ainda havia, e ficamos apreciar o movimento das gentes.
Poucas pessoas habituais que já conhecemos destes domingos na leitura dos jornais, e fazem parte do conhecimento local, mas nestas ocasiões especiais aparecem os domingueiros barulhentos, e gente nova em grupos com as conversas e movimentações que alteram a rotina e fazem desaparecer as pombas do pedrado da praça.
No começo da tarde chegam os músicos, ainda em pequenos grupos trazendo os instrumentos da banda como troféus, eles e elas vão ser os reis da festa e sentem-se orgulhosos disso.
O desfile dos instrumentos característicos das bandas populares, muitas Flautas, Fagotes, trompetes, trombones, sexafones, pratos, xilofones, clarinetes e pífaros. O Carrilhão que deu o seu solo, foi montado antes no Coreto.
Esta a mudança radical dos tempos actuais, o grande numero de mulheres que constituem as bandas.
Dantes as bandas tinham apenas homens e rapazes como músicos.
Lembro os tempos de criança, nas festas tradicionais e procissões em que estavam presentes e faziam concertos nos coretos do largo da Igreja.
Na minha terra havia duas bandas, em lugares opostos da freguesia e era conhecida a competição e rivalidade entre os músicos.
Aqui, chama a atenção os elementos muito jovens, com as suas caixas, e flautas reluzentes.
Os músicos vão se juntando junto aos coretos, uns de fato azul completo, os outros de calça preta e camisa branca.
De repente afastam-se todos e algum tempo depois aparece a 1ª banda entrando na praça marchando e tocam homenageando os colegas, frente ao coreto concorrente.. Recolhem ao seu coreto e fazem os preparativos.
De seguida partem os outros e repete-se o espectáculo.
Gostei imenso desta apresentação e homenagem mútua.
Começaram rigorosamente às 16h e durante a tarde tocaram á porfia …
Claro que quer a escolha das peças quer a regência foi diferente e não foi por acaso.
Uma banda mais jovem tinha um regente também mais jovem que além da escolha do reportório era ele próprio um espectáculo pela amplidão dos gestos e prendeu a atenção da banda e do público.
Foram muito aplaudidos, e mereceram-no.
Houve desfile dos ranchos, que actuaram noutro local junto à Igreja, com as danças regionais, que quase coincidente com a música a população teve de fazer opção entre as duas actuações.
Foi pena porque já não tive tempo para dar ao pé num vira do Minho.
Parte da população presente, eram forasteiros da região, com fatos domingueiros, mas identificativos e tradicionais.
Algumas mulheres com as tradicionais saias pretas e blusas brancas, poucas com os seus puxos bem apanhados, agora quase todas usam cabelos curtos, os homens mais velhos com chapéu ou bonés serranos e as botas cardadas.
Mas estão presente muitos jovem o que não é vulgar durante o ano.
No fim da tarde o Pôr do Sol com as cores laranja a reflectir no rio, completou este domingo diferente e deu o toque final que me encheu de prazer, deixou leve e fez prolongar o sorriso até tarde.
15-03-2009
formiguinha
Mg